Audiência discute problemas e aponta sugestões para cajucultura
A audiência pública realizada na tarde desta segunda feira (11) na
Assembleia Legislativa para discutir a situação da cajucultura no Rio
Grande do Norte terminou com a constatação, sobre o que entrava o
desenvolvimento do setor, e com algumas sugestões para melhorar a
produtividade.
De acordo com os debatedores, entre produtores e técnicos do Rio
Grande do Norte e do Ceará – que enfrenta os mesmos problemas – “não
existe assistência técnica e sem o acesso a novas tecnologias não será
possível melhorar a produtividade que está muito baixa nos estados que
cultivam o caju”.
O deputado Gustavo Fernandes-PMDB propositor da audiência pública,
com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE disse na abertura dos trabalhos que o Nordeste, com uma área
plantada superior a 750 mil hectares responde por 100 por cento da
produção nacional e o Ceará, Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte são os
principais produtores.
“As exportações das principais frutas do Rio Grande do Norte
alcançaram 135,2 milhões de dólares em 2011. A castanha de caju
movimentou 50,2 milhões de dólares e ficou com a segunda posição na
pauta externa. Apesar de tanto potencial, uma questão primordial na
atividade do caju necessita ser revista. Trata-se do baixo preço
recebido pelo produtor. O seu empobrecimento resultou na incapacidade de
realizar novos investimentos. O quadro atual aponta para um futuro
pouco promissor da atividade”, disse.
Ele afirmou ainda que caso medidas efetivas não sejam tomadas
urgentemente “estaremos sujeitos a um grande problema: o desaparecimento
de milhares de pequenos e médios produtores pela perda sistemática de
produtividade. Há carência em inovação tecnológica”.
Os produtores reclamaram da disparidade existente nos preços da
castanha produzida aqui com a que é importada. No Rio Grande do Norte o
produtor vende um quilo da castanha por R$ 1,40 enquanto que a importada
chega aqui, em média, a R$ 2,19.
Participaram dos debates Elano Gomes Pinto, da associação de
produtores de Severiano Melo; o presidente da Associação dos
Cajucultores do Ceará João Batista de Carvalho; o vice presidente da
Federação da Agricultura do Ceará Normando Soares; o presidente da
Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte José Vieira. o gestor de
projetos do SEBRAE, Lecy Carlos Gadelha e o coordenador de produção
vegetal e fruticultura da EMPARN, João Maria de Lima.
No entender dos debatedores as sugestões para fortalecer o setor
passam por uma integração regional da cajucultura, incremento do
programa de renovação dos pomares; maior aproveitamento do pedúnculo,
assistência técnica e pesquisa para o desenvolvimento de equipamentos
específicos; criação de políticas de Estado e definição de preço mínimo
que remunere o produtor.
João Maria Lima
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