RELEMBRANDO PARA REFLETIR..."Cooperativismo chega em boa hora"



"Cooperativismo chega em boa hora"
Algumas iniciativas são bem vindas, fortalecem e motivam, mas apesar do entusiasmo inicial, fatores interferem na continuidade das atividades e objetivos de alguns grupos, o nosso é exemplo disto...

Boa releituta...

Publicação: 04 de Julho de 2010 às 00:00

O associativismo está em alta na comunidade de Bebida Velha, a 18 quilômetros de Pureza, onde 63,70% de seus 7.061 habitantes vivem na zona rural. É neste cenário que vive uma das sócias da Associação dos Produtores Agrícolas de Bebida Velha (APBV), Alice Bezerra da Silva, que já articula, com outros membros da diretoria, transformá-la em cooperativa, depois do aprendizado que passou a ter como estudante do primeiro ano do curso de Cooperativismo do Instituto Federal de Educação Tecnológica, em João Câmara, na região do Mato Grande. “Já estamos tendo uma formação para abrir a cooperativa com 23 sócios”, disse ela.

Alice Bezerra, que  mora com o pai na comunidade, no período diurno administra com outros sócios da APBV, além do plantio de bananas, caju e outras cultura e a criação de tilápia em cativeiro, a minifábrica de beneficiamento de castanha de caju, que foi construída em 2009 com recursos da Fundação Banco do Brasil e apoio de outras instituições públicas. À  noite se desloca à João Câmara em um ônibus da prefeitura de Pureza para estudar no IFRN: “O que a gente aprender vai ficar aqui, não vai precisar mais trazer gente de fora, que depois vai embora”.

Para ela, que já havia concluído o segundo grau, o curso técnico de Cooperativismo chegou em boa hora, porque poderá colocar em prática e transferir para os seus companheiros de associação, os conhecimentos que vem aprendendo no IFRN. “A gente pode mostrar que produzimos na nossa terra e não precisamos sair daqui para trabalhar fora”, disse ela, que em virtude do aprendizado, já está sendo contratada para atuar numa entidade envolvida com questões rurais na região do Mato Grande: “Agora tenho a certeza que a gente pode melhorar de vida um dia”.

“A gente está conseguindo qualidade de vida sem precisar sair de nossa comunidade, o curso de cooperativismo só trouxe benefícios”, disse Alice, que não pretende seguir o caminho de outras quatro irmãs, que mora na cidade grande, Natal.

Ela já pensa como pode aplicar técnicas modernas de gestão à futura cooperativa, porque além de vender os produtos agrícolas ao programa de merenda escolar, tudo poderá ser vendido à iniciativa privado e até exportado. “O processo de criação da cooperativa não é rápido, tem de mandar documentos para Junta Comercial e tudo é caro”.

Francisco das Chagas da Silva é um dos moradores que divide as tarefas de 12 criadouros de tilápia em cativeiro. “Hoje a gente tira uns R$ 300,00 por mês, mas quando a gente pagar o empréstimo ao banco, vai melhorar mais”, disse ele, que também sonha em ver a associação transformada em cooperativa, porque pode vender para mais gente. “Nós trabalhamos um dia no tratamento dos peixes e no outro dia na agricultura, mas quando é na despesca vem todo mundo”, explicou ele.
Minifábrica de castanha de caju aumenta renda familiar

A TRIBUNA DO NORTE visitou a minifábrica de castanha de Bebida Velha, onde uma jovem trabalhava na limpeza da casca da castanha de caju, já cozida, para depois ser ensacada e destinada ao programa “Compra Direta” através da Conab: Luciere Brito disse que não tinha emprego, hoje ganha R$ 300,00 e com esse dinheiro compra suas coisas “e ainda ajuda a mãe em casa”.

Eliane Maria de Carvalho é uma das  mulheres da comunidade que completa a renda familiar retirando a amêndoa da castanha in natura, depois que ela passa por um cozinhamento numa estufa com capacidade para 200 quilos de castanha. “Daqui não se perde nada, se aproveita tudo”, disse ela, que sonha, como a sua companheira Alice, com a aquisição de outros equipamentos que possam agregar valor à castanha de Bebida Velha, como uma máquina que pode tirar o óleo das cascas.

Pureza

O município de Pureza possui área de 504 km2, e população de 7.061 habitantes. Desses, 2.537 vivem na área urbana (36,30%) e 4.426 na área rural (63,70%). O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,577.

As principais atividades econômicas do município são: agropecuária, extrativismo e comércio, com destaque a castanha de caju, coco, mandioca e milho.

A área explorada com cajueiro é de ordem de 6.500 hectares com produção de 1.950 toneladas por safra e produtividade média de 300 kg de castanha por hectare. Esse é o principal produto da comunidade de Bebida Velha, cuja produção anual gira em torno de 700 toneladas. A minifábrica de beneficiamento de castanha de caju atende 104 trabalhadores diretamente e 420 de forma indireta. Na cidade de Severiano Melo, esses números atingem 30 e 420, respectivamente.

Com a construção da minifábrica, Alice Bezerra disse que houve um ganho no preço da castanha, que custava entre R$ 0,60 a R$ 0,90 aos atravessadores e subiu de para $$ 1,10 com a venda para a iniciativa privada e o “Compra Direta”. Nas minifábricas, o quilo da amêndoa processada é vendido entre R$ 12 e R$ 18.

Atualmente, as minifábricas têm convênio com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - que fornece crédito para cada unidade adquirir castanhas in natura dos associados -, além de mercados locais e prefeituras, que distribuem o produto em merendas escolares. Cada minifábrica oferece 30 postos de trabalho diretos.

Beneficiamento da castanha de caju

A secagem das castanhas é feita em quadras de cimento ou em terreiros para redução da umidade. Depois de limpas, são classificadas e armazenadas em local arejado e seco. Dessa forma, é possível estocá-las por até um ano, enquanto se aguarda o beneficiamento.

A industrialização da castanha de caju começa com o cozimento em autoclaves. Depois as castanhas seguem para o corte. O trabalho é feito preferencialmente em duplas. Uma pessoa opera a máquina de corte e a outra ajuda a separar a amêndoa da castanha.

Já a amêndoa, sem a casca, passa por outras etapas de beneficiamento. Para reduzir a umidade, é preciso colocá-las em estufas entre seis e oito horas. Depois de frias, seguem para o umidificador, o que facilita a próxima etapa, a despeliculagem.

Neste processo, a retirada de películas é feita primeiramente com a utilização de equipamento. Em seguida, vem o acabamento manual, que garante melhor qualidade final e redução do percentual de quebra das castanhas. Nesta etapa, as amêndoas são separadas em grupos por tamanho, integridade e cor, para atender às demandas do mercado comprador. Em seguida, são embaladas.


FONTE:
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/cooperativismo-chega-em-boa-hora/153228

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